Crescemos a ver o nosso pai (Dr. António Franco) a exercer uma medicina um pouco diferente da que se pratica hoje em dia.
Diferente porque a ciência evoluiu, a vida mudou, as pessoas, a economia e a política mudaram.
Naquela altura, nas nossas memórias dos anos 80, a conquista do respeito e da confiança dos doentes traduzia-se muito em actos de verdadeiro reconhecimento e carinho genuíno.
Pessoas que ofereciam de coração, géneros alimentares como leite, bolos caseiros, ovos e todo o tipo de alimentos que produziam, para “os filhos do sr. doutor”, assim era como chamavam aos médicos nessa altura.
Temos muito presente memórias desses actos.
Crescemos rodeados de outros médicos que também exerciam medicina dedicando-se ao estudo, dedicando a sua atenção e disponibilidade a ouvir os seus doentes com tempo e com o sentido da responsabilidade de diagnosticar, ajudar a resolver e tratar dos seus problemas.
Um ato médico implica uma ética médica que demonstre consideração, compaixão e benevolência.
Para desbloquear ansiedades e/ou traumas é necessário, além de tempo de consulta, compreensão e um respeito único pela sensibilidade, medos e expectativas de forma individual, o que implica dedicação emocional por parte do médico.
É esse legado do nosso pai, cheio de exemplos e valores humanos que dão corpo a uma tradição que defendemos.
E é essa tradição queremos perpetuar, juntamente com outros médicos da mesma geração e de gerações mais recentes que exercem e acreditam nessa mesma essência da medicina, que não queremos deixar morrer!
Além disso, acreditamos num conceito de medicina baseado na informação e prevenção da doença, o que implica o desenvolvimento e mudança de consciência individual e global para novos hábitos saudáveis, não só de comportamento mas também alimentares, sociais e ecológicos.
Este é um trabalho que temos vindo a realizar, e que iremos continuar, não só no nosso blog mas também em acções dentro e fora da clínica e que poderão acompanhar nas redes sociais e no nosso site.
Trabalhamos diariamente em equipa, desde o atendimento passando pela assistência até ao acolhimento médico com a intenção de ajudar, cuidar e tratar de igual forma todos os que nos procuram.
O branqueamento dentário tem-se tornado um procedimento médico muito frequente nos consultórios dentários para melhorar os resultados estéticos dos tratamentos e do sorriso.
Através da aplicação de agentes branqueadores, conseguimos corrigir alterações da cor dos dentes (sem os danificar) melhorando a estética dentária.
No entanto há muitos MITOS e DÚVIDAS sobre os seus RISCOS, INDICAÇÕES e CONTRA INDICAÇÕES que é preciso esclarecer.
Convém esclarecer que existem dois tipos de pigmentação:
Externa- facilmente removida na consulta de higiene oral por só estar aderida à superfície do dente.
Interna– pigmentação relacionada com a própria cor interna do dente.
1- Que tipos de branqueamento dentário existem e qual devo escolher?
Existem dois tipos de branqueamento dentário:
– Interno (usado em dentes desvitalizados escurecidos)- o produto é colocado dentro do dente)
– Externo, que pode ser feito:
Em casa utilizando moldeiras feitas totalmente à medida da sua boca. Servem para colocar o gel branqueador fornecido pelo médico dentista, durante cerca de 4 horas por dia durante 7 a 15 dias.
No consultório através da aplicação do gel branqueador directamente na superfície dentária activado por uma luz, em sessões de 15 minutos.
De salientar que estas técnicas podem ser combinadas dependendo do caso.
2-No que consiste o branqueamento dentário?
O agente branqueador é um gel (ex. de Peróxido de Carbamida ou Peróxido de Hidrogénio) que em contacto com a superfície dentária, actua através da libertação de moléculas e oxidação dos pigmentos provocando a descoloração dos mesmos,tornando-os mais claros.
3-Quais as Indicações e Contra-indicações?
Antes de iniciar o branqueamento deve ser feita uma destartarização e polimento dentário para eliminar a pigmentação externa, assim como tártaro e placa bacteriana.
O branqueamento dentário deve ser feito em dentes que escureceram internamente devido a:
Hábitos alimentares (como por exemplo o consumo de café, chá, refrigerantes, vinho tinto, etc.)
Dentes escurecidos com a Idade
Hábitos tabágicos
Uso de antibióticos (tetraciclinas) durante a formação dentária
Ingestão de flúor
Outras doenças sistémicas durante a fase de formação dos dentes
Dentes desvitalizados (recorrendo também a branqueamento interno)
Dentes que sofreram traumatismo
O branqueamento dentário não está indicado em crianças, grávidas e mães que estejam a amamentar.
Também não é aconselhável fazer branqueamentos em pacientes com doenças de gengivas não tratada, cáries e com restaurações extensas em resina composta ou coroas porque não branqueia estes materiais.
Isto porque o branqueamento dentário actua sobre a superfície dentária, não alterando a cor das restaurações.
Neste caso convém refazer as restaurações escolhendo a cor das novas resinas ou cerâmicas de acordo com a tonalidade atingida com o branqueamento.
4-Quais as complicações e porque devo fazer um branqueamento dentário com acompanhamento médico?
A complicação principal do branqueamento é a sensibilidade dentária, cuja a intensidade depende de paciente para paciente.
Se houver muita sensibilidade podemos reduzir a concentração do agente branqueador, o tempo de uso das moldeiras ou recorrer à utilização de dessensibilizantes à base de flúor e nitrato de potássio.
Também podem ocorrer queimaduras na gengiva e mucosas adjacentes devido ao contacto com o gel.
É por estes motivos que este tratamento deve sempre ser supervisionado por um Médico Dentista.
5-Quanto tempo dura um branqueamento dentário?
É variável, mas pode durar anos e não tem tendência a voltar à cor inicial.
Tudo depende dos hábitos alimentares e sociais da pessoa (hábitos tabágicos, alimentos com pigmentos, vinho, chá, café etc).
De qualquer das formas podemos sempre reactivar o branqueamento no consultório ou em casa através da utilização das moldeiras com o gel branqueador.
6-Que cuidados devo ter durante o branqueamento dentário?
Devemos evitar durante o branqueamento alimentos com corantes que pigmentem os dentes tais como o café, o chá, o vinho tinto.
Isto porque a permeabilidade dos agentes branqueados na superfície do dente aumenta também a possibilidade de pigmentação por alimentos e bebidas com corantes.
7-O branqueamento dentário pode deixar o dente mais enfraquecido ou estragar o esmalte dos dentes?
Se for utilizado de acordo com as indicações médicas, com produtos certificados e com utilização moderada é um procedimento seguro.
Trata-se de um processo de oxidação sem abrasão e destruição da superfície dentária.
8-Pastas Branqueadoras fazem bem ou mal?
Estas pastas podem branquear ligeiramente os dentes por acção abrasiva, removendo alguma pigmentação externa dentária.
Mas por serem mais abrasivas do que as pastas normais (com diferentes graus de abrasividade) e dependendo da frequência e intensidade de escovagem podem desgastar a superfície dentária (o esmalte), provocar sensibilidade dentária e lesões da gengiva.
Convém realçar que estas pastas branqueadoras não são suficientes para branquear os dentes, mas podem ser utilizadas como complemento para o branqueamento dentário externo usado em casa ou no consultório.